segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Mais uma madrugada...

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 O silêncio negro escorria pelas paredes brancas do meu quarto, uma noite fria de inverno; lá fora, o vento varria a rua, entrava pelas telhas, mais uma madrugada em que as trevas esconderam a luz do dia e eu a escutar os sussurros dos sonolentos. E mais uma vez eu aqui para falar o mais clichê possível. O comum, o perturbador, estou falando do amor. O tema dos versos pobres nas últimas capas de caderno, papéis de bala, das guerras dolorosas que se travam dentro de si. Pat Benatar dizia que “o amor é um campo de batalhas”, isso inclui muita dor, corações em péssimos estados, sofrimento. Sim Pat, você estava certa, também somos obrigados a matar uma vez ou outra, é inevitável, é simples, o importante é voltar pra casa. Vivemos a ditadura do amor, vivemos no ditar da dura realidade do amor. Enquanto durar a procura... Entregar-se? Entregar-se à solidão. Se o amor não compensar, saia depressa, não escute o que Vinicius dizia, o amor que não compensa não é melhor que a solidão, ou não. Amar, A – mar ... Na imensa solidão, no mar de gente que vive atrás do amor em vão, é para todos, ou não? Se existir, os desencontros da vida impedirão. Bendito é o amor que se sente na madrugada, puro. Vinde a Loucura, louca doçura que nos enfeita e enfeitiça, embebido pelo doce do amor. Doce ilusão que nos dá esperança, afinal, existe ou não? Vivemos procurando... Maldita Pandora, castigo dos homens, e no momento meu coração está meio perdido, meio sem rumo, meio sem dono ou dona, bem, não é o que eu queria. Isso é perturbador, não o amor nem a dúvida. Mas a chuva caindo, quebrando o silêncio da madrugada, o silêncio formando poças negras pelo chão, o sono me olhando com seus olhos fundos, pondo-me no colo, pesando as pálpebras... Caindo no mundo real!







 Texto encapsulado na madrugada do dia 19 de Agosto