quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Até mais.

Desde criança esperamos coisas da vida, esperamos que coisas que queremos aconteça.
Mas, e quando acontece o que a gente não quer? Pode ser egoísmo, pode ser, Raul disse que todo mundo é.
E agora, logo agora, uma despedida. Não estou preparada, nunca estarei.
Despedidas... As odeio tanto que se pudesse me dividiria em várias e acompanharia as pessoas que amo quando essas decidissem partir para a outra rua, para outra cidade, para outro estado.
Meu amigo, isso não é fácil...
Meu amigo, isso não é fácil e ainda mais para quem fica.
A vida é marcada por momentos, como uma estrada
Nessa estrada várias estacas definem um marco, um acontecimento.
Esse é um simbolo.
E pessoas ao redor vão achar que é pouca coisa, mas não é... É um fim.
Uau, me sinto como uma adolescente me despedindo da adolescência, talvez tenha um ''que'' de adolescência indo embora, um ''que'' de tudo.
Despedidas... É um momento de divisão, mas também de troca, lembranças, conversas, histórias, é um marco na estrada da vida, da minha.
A estaca que foi cravada é profunda, criou raízes e há dor para isso, só eu sinto.
O tempo é água e ar... não se pode agarrá-lo e guardá-lo para si, por mais que tente-o prender, ele se vai... Assim como tudo...

Mas este marco vai estar enraizado em mim... Para sempre

sexta-feira, 22 de novembro de 2013


Vinde os pássaros negros,
Que do canto de lá traziam consigo
Cantavam o canto da morte nos dias de perigo.
Noutro tempo, longe deste
Sob a luz que refletia nos olhos
Corria desnuda
Queimava-lhe as curvas
Ardente.
Era fogo, era chama, era proibido.
O fogo quebrava violentamente o escuro, o rasgava, o abria, pedia espaço.
Da madeira que alimentavam o fogo, corria a seiva,
O branco virava rosa mesclado com o sangue.
Gritos ecoavam no ar, e os gritos viravam matéria.
Balbuciava coisas, palavras antigas
Do outro lado os pássaros... ouviam-se  seus cantos.
Rodeavam o carrasco, batiam quase em partida.
A morte espiava do escuro.
Enquanto a fumaça das chamas mesclava com tom de guerra a praça.
Vinde os pássaros negros, que de outro tempo vinham entoar
A morte faziam companhia e a música cantar.
Por trás da veste escura, se despontava,
O povo já não estava
As chamas já tinham feito o trabalho.
A música ao fundo parava de ecoar, as cinzas da carne sopravam no ar.
Com Adagas, cortou a corta que prendia os pulsos.
Deram- nas todas a mão de bom grado.
E perdiam-se de vista em outros tempos.
Vinde, os pássaros negros que do outro lado vinham
Cantando o canto da morte,
Que com tristeza trazia consigo

Anunciando a morte nos dias de perigo.