sábado, 28 de dezembro de 2013

Indo embora


Pegando as malas e as lembranças
E no meio das mudanças e dos paradigmas o tempo escolhe o que vai e o que precisa ser deixado para trás...
Nunca paramos de crescer...
Mas como saber se está crescendo certo? O que é ser gente grande?
O Tempo esse deus arrasador
Esse deus que só passa, mas que sua passagem
Nos muda e nos destrói
Nos envelhece.
Quem estabeleceu o jeito certo de envelhecer, errou.
O que cada um leva nas malas difere de um para o outro, será que há um jeito certo mesmo?
Envelhecer sendo um pouco de menina e menino para mim é bonito.
Pois, haverá menos lembranças
Talvez não há respostas para algumas perguntas
Mas, sei que todos os dias partes de nós vão embora.
Não é fácil dar adeus para elas
Mas, o deus Tempo os arrasta, sem direito a escolha...
Sem tempo para o adeus...

Sem tempo para nada.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Até mais.

Desde criança esperamos coisas da vida, esperamos que coisas que queremos aconteça.
Mas, e quando acontece o que a gente não quer? Pode ser egoísmo, pode ser, Raul disse que todo mundo é.
E agora, logo agora, uma despedida. Não estou preparada, nunca estarei.
Despedidas... As odeio tanto que se pudesse me dividiria em várias e acompanharia as pessoas que amo quando essas decidissem partir para a outra rua, para outra cidade, para outro estado.
Meu amigo, isso não é fácil...
Meu amigo, isso não é fácil e ainda mais para quem fica.
A vida é marcada por momentos, como uma estrada
Nessa estrada várias estacas definem um marco, um acontecimento.
Esse é um simbolo.
E pessoas ao redor vão achar que é pouca coisa, mas não é... É um fim.
Uau, me sinto como uma adolescente me despedindo da adolescência, talvez tenha um ''que'' de adolescência indo embora, um ''que'' de tudo.
Despedidas... É um momento de divisão, mas também de troca, lembranças, conversas, histórias, é um marco na estrada da vida, da minha.
A estaca que foi cravada é profunda, criou raízes e há dor para isso, só eu sinto.
O tempo é água e ar... não se pode agarrá-lo e guardá-lo para si, por mais que tente-o prender, ele se vai... Assim como tudo...

Mas este marco vai estar enraizado em mim... Para sempre

sexta-feira, 22 de novembro de 2013


Vinde os pássaros negros,
Que do canto de lá traziam consigo
Cantavam o canto da morte nos dias de perigo.
Noutro tempo, longe deste
Sob a luz que refletia nos olhos
Corria desnuda
Queimava-lhe as curvas
Ardente.
Era fogo, era chama, era proibido.
O fogo quebrava violentamente o escuro, o rasgava, o abria, pedia espaço.
Da madeira que alimentavam o fogo, corria a seiva,
O branco virava rosa mesclado com o sangue.
Gritos ecoavam no ar, e os gritos viravam matéria.
Balbuciava coisas, palavras antigas
Do outro lado os pássaros... ouviam-se  seus cantos.
Rodeavam o carrasco, batiam quase em partida.
A morte espiava do escuro.
Enquanto a fumaça das chamas mesclava com tom de guerra a praça.
Vinde os pássaros negros, que de outro tempo vinham entoar
A morte faziam companhia e a música cantar.
Por trás da veste escura, se despontava,
O povo já não estava
As chamas já tinham feito o trabalho.
A música ao fundo parava de ecoar, as cinzas da carne sopravam no ar.
Com Adagas, cortou a corta que prendia os pulsos.
Deram- nas todas a mão de bom grado.
E perdiam-se de vista em outros tempos.
Vinde, os pássaros negros que do outro lado vinham
Cantando o canto da morte,
Que com tristeza trazia consigo

Anunciando a morte nos dias de perigo.

sábado, 3 de agosto de 2013

Acordo.

Não posso mentir, nem faço questão de esconder,
Eu sou uma romântica exagerada, louca, ao ponto mais expressivo que se pode haver
Mas de um tempo pra cá parece que estou aposentada desse meu oficio,
As vezes me pego em pensamentos, tão diferentes dos que eu já tive,
Eu não sei o que aconteceu, não sei o que é, ah, e esse texto também não é poético, e você pode pensar; - “nossa Denise! cadê rimas e os estrofes por aqui?” E eu vou lhe responder, hoje não estou me importando com a sonoridade das palavras, só com o sentido delas.
É, hoje eu só quero desabafar, fazer um texto com que o que tá na minha cabeça, exteriorizar esse papo com Denise, sim, eu converso comigo mesmo, pode ser narcisismo, mas tenho sido uma companhia muito interessante enquanto não encontro uma pessoa, quero dizer a pessoa, vou continuar fazendo dupla comigo.
Mas, sonhar não é proibido, ao invés disso é uma porta aberta para a liberdade, é, eu quero uma pessoa que me arraste para a esta porta.
Uma pessoa que eu posso ligar a hora que eu quiser, uma pessoa que eu não precise me preocupar com orgulho, nem com joguinhos, aquela pessoa que vai estar na escrivaninha colocando em prática aquele livro que ele pretende escrever, enquanto eu estarei na cama que eu acabei de acordar e sem que ele perceba, vou ficar olhando aquele momento, e só quando ele perceber vai levantar e vir me dar um abraço e um beijo de bom dia. Vou jogar para o alto waffles de creme, para ele rir, e se nenhum cair no chão dividiremos alguns deles com chocolate, adoro chocolate.
Iremos fazer dueto de voz e violão, e quando chover tomar banho de chuva no quintal de casa.
É assim que eu quero, é assim que eu desejo, e você leitor, pode dizer; “-mas Denise, você parece tão independente ou se diz ser” e eu lhe respondo novamente, - desde quando para ser independente precisa abdicar de carinho e amor puro, amor quente?
Iremos assistir Across, e dançar alguma dança ao som de Beatles no tapete redondo e macio da sala, fazer viagens malucas, e escalar montanhas, imitar astros do rock dos anos 80, e tentar fazer moicano com shampoo, assistir filme no sábado a tarde, e a noite, encontrar alguns amigos no bar, ou na nossa casa, ou na casa de algum deles.
Eu irei dar colo quando ele precisar, e também serei a menina quando eu quiser ser.
Um amor de poeta, e poderei dizer a clássica frase: Quando um poeta te quer ...
Ele te quer com o corpo, ele te quer com o coração,com a boca, com os olhos, com pernas e os braços com nariz, com a alma.
Ritmo, entonação, Piração
Loucura, doçura.
Mas isso tudo, só quando eu encontrar, enquanto isso continuo com a velha companhia de jogo na cintura.
Aguardo e guardo dentro de mim, esse acordo que eu selei com essa outra alma há 



21 anos atrás, antes de vir    para cá.


sábado, 20 de julho de 2013

Acordei molhado. Da cama pingava um liquido viscoso, meu pulso pulsava lento.
Meio tonto, eu olhava da cama, o que estava na mesa, fechava os olhos com força, me assustava, mas não podia me mover.

Balançava os pés, olhando-me com sorriso chacal.
A luz turva caia no quarto, e meu calor me dava adeus.

O suor começava a sair frio, enquanto os olhos me olhavam, a luz diminuía, e ela se aproximava, parecia não tocar o chão, levitava lentamente, não havia som... Ela se aproximava, deitava ao meu lado, acariciando meu cabelo, na velocidade do pulso...
Parou, pôs-me no colo e levou-me consigo


O diário de um passageiro