Em épocas de mudanças, ter que encarar o incerto é a única
certeza que temos e analisar o que levar nessa viagem louca da vida faz-se
necessário.
Ir embora... Ter que dizer adeus a um tanto de coisa.
Despedir de pessoas que deixaremos um pouco de nós e levaremos um pouco delas
consigo. Pessoas que talvez um dia conte delas para seus filhos ou lembrar-se
delas quando um dia sem querer encontrar fotos antigas num álbum velho.
Para o que dizer adeus? Para coisas ruins que não voltarão,
as angústias, pesadelos e dores, dizer adeus para cada vez que não desejou
estar ali e quis gritar e sair em busca de felicidade, de liberdade. Dar adeus
ao “lugar vago” que na verdade não era seu... Entender que você só esteve ali de passagem.
Mas, nas malas irão muito mais que pertences, mas
perspectivas e lembranças do que se viveu e a saudade, que te juro que vai
aumentar, da mãe, pai, irmãos, dos ursos que ficam sobre a cama, até das
conversas tolas dos dias tediosos.
Aquela certeza que tudo vai mudar...
O apego do ‘‘óculos de formatura” é ilusório, podes crer!
Mas, aprendemos com Exupéry que o essencial que é invisível aos olhos, não se
perderá com a passagem do tempo.
E de antemão, te aconselho, as coisas boas não precisa por
na bagagem, apenas leve no coração para não pesar as malas. No seu coração
caberá de bom tamanho e ainda sobrará espaço, pois quando se trata de coração
não são tão simples quanto pensam... E ainda mais o seu.
Espero ter um lugarzinho nele, pois sei bem que deve ser um
lugar bem bonito de se estar.
Capsula destinada a Alê.