domingo, 19 de setembro de 2010


E eu me agarro às esperanças
Com medo de cair do alto,
Onde meus sonhos me levaram
De tão grandes que são
Sinto-me só... Penso em desistir
Mas sei que não posso fraquejar.
Mesmo sabendo que às vezes ninguém pode me ajudar.
Sumiram será?
Talvez apareçam se eu os chamar...
Mas o medo do alto está dentro de mim.
E o pior, eu não consigo tirá-lo,
Não sei se posso ter me acostumado.
Onde estou? Estou só?
Não vejo as pessoas ao meu lado.
São muito ligeiras, muito passageiras.
Lá embaixo é tão distante... Seria a realidade?
Só em imaginar, surge uma dor
Mas nisso eu não posso acreditar.
Por que se eu perder as esperanças... Em que eu vou me segurar?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Meio


De ir, de vir
De comunicar-se, de apressar-se
Meio de pedir para esquecer, o que não pode ser esquecido
Porque ir até o fim, é mais sólido é mais seguro.
Viver no mundo dos “meios”, é estático, é parado, é cinza.
Medo de me acostumar a uma vida morna, e achar que tudo aquilo “é o melhor”.
Ou não, achar aquilo um inferno e não ter coragem de mudar.
Medo ou covardia? Não se sabe.
Meio me faz lembrar, quase, e o quase me lembra metade,
Metade daquilo que não conseguiu ser inteiro, ou que nunca poderia ser completo.
É triste.
O extremo é algo muito longe, é perigoso, é proibido e pode machucar.
E não é que não seja verdade. Mais isso é vida, e a vida não pára, ela é veloz.
Se quiser defender a sua vida morna? Á vontade
Mais se pergunte depois... Se isso realmente é vida.

domingo, 12 de setembro de 2010

Viagem





O meu espírito tentava sair do meu corpo
Eu podia sentir, mesmo estando acordada
Os sons me faziam desprender de tudo.
Eu sentia que voltava pro meu mundo
E uma certeza me acertava... Eu não sou só matéria
Um sacolejo, Dois sacolejos, meu espírito quer sair, mas
Meu corpo indolente não permite. Essa malemolência me agita,
Me deixa criativa, eu sigo o canto, meu coração o segue também
As palavras se calam na boca, o corpo se meche, as letras deslizam,
Os pensamentos se libertam,
Para um lugar do bem, bem longe daqui.

sábado, 11 de setembro de 2010


Quando criança, daquelas que brincavam no quintal de casa, usando vestido rodado e duas tranças na cabeça,
Adorava bonecas, cores, bolos e doces, gostava de ir para casa da vovó comer chocolate e brincar com a terra, assistia desenhos todas as manhas, assim que chegava da escola... Onde a esperada hora do recreio era esgotada no parquinho, no sobe- e- desce da gangorra, e no girar da ciranda de roda.
Ciranda essa que rodou junto com o tempo, mudando e aumentando a pequena menina que hoje já é quase mulher. Que não tem a mesma casa para brincar no quintal, os desenhos? Não são mais os mesmos, são sem graça para ela, a casa da vovó hoje é o céu, e dela ficou um monte de lembranças, e um amor que nunca acaba. Ursinhos de pelúcia perderam sua atenção, para esmaltes, cremes e pentes.
E é uma pena, é doloroso saber que não pode voltar que as mudanças são constantes e que sair da infância, é só uma delas, e que muitas ainda virão. Mudando-nos, nos transformando, nos fazendo sofrer, chorar, sorrir. Pessoas amadas partirão, outras virão, ganharemos amigos, perderemos outros, um ciclo que não acabará, enquanto seu coração bater.