Vinde os pássaros
negros,
Que do canto de lá
traziam consigo
Cantavam o canto da
morte nos dias de perigo.
Noutro tempo, longe
deste
Sob a luz que refletia
nos olhos
Corria desnuda
Queimava-lhe as curvas
Ardente.
Era fogo, era chama,
era proibido.
O fogo quebrava
violentamente o escuro, o rasgava, o abria, pedia espaço.
Da madeira que
alimentavam o fogo, corria a seiva,
O branco virava rosa
mesclado com o sangue.
Gritos ecoavam no ar, e
os gritos viravam matéria.
Balbuciava coisas,
palavras antigas
Do outro lado os
pássaros... ouviam-se seus cantos.
Rodeavam o carrasco,
batiam quase em partida.
A morte espiava do
escuro.
Enquanto a fumaça das
chamas mesclava com tom de guerra a praça.
Vinde os pássaros
negros, que de outro tempo vinham entoar
A morte faziam
companhia e a música cantar.
Por trás da veste
escura, se despontava,
O povo já não estava
As chamas já tinham
feito o trabalho.
A música ao fundo
parava de ecoar, as cinzas da carne sopravam no ar.
Com Adagas, cortou a
corta que prendia os pulsos.
Deram- nas todas a mão
de bom grado.
E perdiam-se de vista
em outros tempos.
Vinde, os pássaros
negros que do outro lado vinham
Cantando o canto da
morte,
Que com tristeza
trazia consigo
Anunciando a morte nos
dias de perigo.
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