sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Uma Maria

Hoje acordei numa manhã de céu nublado
Que com tamanhos esforços segurava nuvens grandes e pesadas
Como é de costume eu me lembrei de você
Mas de uma forma diferente, uma falta, uma saudade que se alargava dentro de meu peito.
Lembrei de tempos atrás, do seu abraço, de seus olhos doces
Dos seus vestidos floridos e de seu belo sorriso, tão alegre e bondoso
Da tua mania de querer ajudar a todos,
Da mania do povo de deixar tua casa sempre cheia.
Para te vê, para tomar um café amargo que tu fazia no fim da tarde
O teu jeito de me tirar das broncas de tua filha.
Do meu jeito de ser minha avó
De me amar...
Obrigada por me fazer essa pessoa, pela parte boa dela,
Você é parte disso,
E agora escrevendo aqui no quarto
Percebo que as nuvens cinza que antes o céu ostentava, agora despencaram
Sua falta é constante, assim como a chuva que parece não ter fim.
A saudade machuca, mas me resta uma esperança...
Porque eu sei que ainda vou te encontrar, não sei a hora, mas eu sei o lugar, sei que a senhora está bem,
Mas isso não me impede de chorar.








Em memória de Maria de Lourdes.

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