segunda-feira, 25 de abril de 2011



Ele passou pelo lado de fora do café
Ela já esperava sentada na mesa do canto
Ao barulho do blues e da trinca de chaves na mesa de vidro, seus pés faziam um feio sapateado no chão de madeira do lugar que não estava cheio,
O barulho do sino e uma volta completa na velha porta vermelha que carregava uma placa, “aberto”
Ele entrou, sentou-se de frente a ela que ainda de cabeça baixa enxugava seus olhos, sua boca era vermelha, sua pele era pálida escondida por seus cabelos negros e curtos,
Ele a olhava... Morno, sem coragem.
Ao triste som de Beirut, o anel deslizou do anel do dedo da moça e pousou delicadamente na frente do rapaz.
Olhos cerrados, banhados por lágrimas, imóveis e desafiadores.
O ambiente era o nada, não havia palavras, não houve discussões.
Benjamim gostava dela, mas Dorah sabia muito bem que não era ela que o moço amava...
Ela odiava conveniência.
Mas uma vez houve um barulho de sino e um giro na velha porta
Dessa vez, ela saia.
Sem dizer adeus, sem dizer absolutamente nada.

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